Tema recorrente aqui, disso não há sombra de dúvida, é a morte.
Se não é a morte, socorro-me de seus correlatos, de suas consequências de toda ordem.
Assim é que as renúncias, evanescimentos, perdas de objetos reais e imaginários, funeral, caixões, são apenas variações semânticas, por vezes literárias, dos abismos de todo gênero que contaminaram os textos nesses tempos.
Ao cumprirem diligentemente uma de suas funções, a de evidenciar a minha intolerância à finitude das coisas e às diversas nuances da aspereza do real, posso me reconhecer, com marca indelével na testa, de que não passo de um homem em estado infantil.
É ao diluir-me nas minhas representações de morte que me revolto contra minhas saturações.
Uma morte programada, planejada, calculada.
Nada mais.
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4 comentários:
Incrivél, como você consegue massacrar a si próprio.
(risos)
Vanessa, esse é um talento nato meu ! hehe
Mas nem é tão massacre assim, vai.
Consideracoes sobre a morte
Morte, exilio e tudo mais que é valido de temor mantenha diariamente na frente de seus olhos, principalmente a morte e voce nao tera nunca pensamentos mesquinhos ou desejar algo de forma exagerada.
Epiteto, Manual da moral, 21.
Taí um comentário elegante e conciso, senhor Drôgas.
Então, para Epiteto, a morte é como um agente regulador, né ? Sua presença viva deixa a pequenez e estreiteza, em uma ponta, e a grandeza irreal, em outra ponta, como coisas prejudiciais.
Isso me lembra uma coisa que ouvia há anos atrás, que nada mais é do que uma variação do mesmo tema: se pensarmos na morte como uma coisa que vai ocorrer amanhã, o que realmente teria importância hoje, das coisas que julgamos importantes ?
A pergunta que pode ser feita é: pode-se de verdade viver assim, com essa certeza tão próxima da morte ?
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