segunda-feira, 24 de agosto de 2009

arnaldo morreu

Passado tanto tempo, Arnaldo já não mais subsiste.

Com a vigência da lei antifumo, seu destino - como aliás toda a sua vida - foi medíocre.

Após os eventos relatados, retornou ao bar em que se encontrava para recuperar qualquer coisa. Pouco importa.

Recuperar algo perdido e sem importância clamou por um cigarro mole de baba e assim que o sacou do bolso da calça, se deu ao trabalho último de acendê-lo. Ainda o fez com isqueiro bonito e vistoso, como se isso fosse um prelúdio de um último belo ato que antecederia à sua desgraça.

Aceso o cigarro, acessado o domínio da ilegalidade.

Uma jovem estudante, promissora turismóloga, que se encontrava sentada poucas mesas adiante
da cena do crime, constantando o estado de flagrância do delito de Arnaldo, imediatamente acionou seu telefone celular com acesso direto ao twitter.

Twittou - respeitando o limite de caracteres e do próprio o que dizer. Isso não é digno de uma época nossa ? - em seu perfil pessoal de que um cigarro acabara de ser aceso no bar. Indicou nome e endereço da cena do crime e deu a exata localização do agente criminoso.

Seus seguidores (não ! ela não conhecia nenhum. Mesmo assim era estranhamente seguida) imediatamente receberam a informação e em questão de segundos acionaram a Gestapo anti fumo com seus ridículos coletes.

Mais rápido do que a chama foi capaz de vencer o papel do cigarro babado, a equipe gestapiana chegou ao bar, borrifou seu cigarro que tristemente cedeu à pressão.

Arnaldo foi levado ao distrito policial e preso. Assinou uma série de papéis e aguardou sua soltura que se daria apenas na manhã seguinte.

Já na cela, um companheiro preso - adepto da umbanda - resolveu invocar seus benfeitores espirituais por qualquer motivo.

Em meio à cerimônia, infelizmente seu charuto fumegante caiu no chão e quase queimou o
pé de Arnaldo, que solícito como lhe era habitual, imediatamente o pegou do chão e, distraído com a quantidade de fumaça que era capaz de soltar e, antes mesmo de conseguir devolvê-lo, foi surpreendido pelo carcereiro com a boca na botija, ou melhor, com o charuto fumegante na mão.

Nova voz de prisão e multa contra Arnaldo que já se encontrava inclusive preso.

Nunca mais se teve noticia do coitado.

2 comentários:

nome?sobrenome? disse...

Divertidíssimo. Só nao entendo o que fazia um cigarro babado no bolso do herói...

Vanessa Ferreira disse...

puts, faz tempo q eu não passo por aqui...

e pobre arnaldo continua na mesma..


Ah sr. ou sra. nome e sobrenome,

será q arnaldo não era daqueles q fumava a metade do cigarro e guardava o resto pra mais tarde

ecaaaaaa :)