Sono e Spinoza. Ambos na cabeça
Quem será capaz um dia de alcançar a felicidade por si só ?
Quem será um dia forte para se libertar das correntes da superstição ?
Conversas noturnas no escuro da noite.
Poucas cervejas
Muita fumaça. Música ignorada.
A Universidade.
Há um monstro sempre por perto. Quase toda noite
Habita aquele prédio estranho cor sangue no qual se estuda a sucessão dos acontecimentos e das tragédias na linha do tempo.
Há diversidade e ela me agrada.
Sorrio.
Relógio e já se passam duas horas desde o início do novo dia
Corpo exaurido.
Relógio e já se passam duas horas desde o início do novo dia
Corpo exaurido.
Mente que não cessa
Havia ainda a Rua do Matão. Escura
Dotada de densas árvores que amedrontam o escuro com seus braços retorcidos
Pequenas flores amarelas desfalecem no chão e
Havia ainda a Rua do Matão. Escura
Dotada de densas árvores que amedrontam o escuro com seus braços retorcidos
Pequenas flores amarelas desfalecem no chão e
Conspiram para indicar um caminho
Percorro-o.
Sob o gélido ar da noite que não assusta me lanço
Corro.
Pés que apenas fugazmente tocam o chão de flores
Eles querem flutuar
Corro.
Suor na fronte. Sal na boca
Arranco a camiseta como quem arranca um tumor.
Desejo meu torso nú
Percorro-o.
Sob o gélido ar da noite que não assusta me lanço
Corro.
Pés que apenas fugazmente tocam o chão de flores
Eles querem flutuar
Corro.
Suor na fronte. Sal na boca
Arranco a camiseta como quem arranca um tumor.
Desejo meu torso nú
e minhas mãos o tocam
É sólido.
Está gélido
Esgoto-me
É sólido.
Está gélido
Esgoto-me
Sem ar.
Com ardor na face
Sorrio.
Era tempo de voltar para casa
Com ardor na face
Sorrio.
Era tempo de voltar para casa
3 comentários:
O "torso nú" ao correr, apesar das brincadeiras, me faz pensar em algo retornando ao natural. Como os gregos - espartanos principalmente - que treinavam e melhoravam a condição física ao seu máximo. Hoje vejo os nadadores usando aquelas roupas emborrachadas tecnológicas, depilando-se em busca do melhor, mas não através do que é natural, e sim do artificial...
Seu texto foi todo natural. Foi um retorno ao instinto, ao primitivo, talvez.
Correr à exaustão, deixar o "torso nú", não há melhor maneira de deixar o corpo sentir simplesmente vida!
Beijo!
Lúcia
Foi mesmo. Nos minutos em que foi escrito isso não me era tão evidente, como acabou se tornando depois, após ler seu comentário.
No fim das contas, era uma pessoa que tinha saído de uma aula de uma filosofia densa, que realmente havia me impressionado.
A impressão foi tão forte que momentos depois - tá certo que eu bebi um pouco de cerveja com um pessoal lá - senti necessidade absurda de me sentir "natural e primitivo", me desvencilhar de alguma forma do que eu havia ouvido.
A expressão "torso nú", que tanto já provocou boas risadas, efetivamente expressou meu pequeno ato de nudez, assim como a necessidade de sentir a vida, como você muito bem observou.
Sempre pensativo com teus comentários.
:-)
Fumaça é foda, né?
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